segunda-feira, 21 de março de 2011

Pérolas do Adestramento - Parte 2



O texto abaixo foi extraído de um vídeo institucional, onde alguns adestradores falam sobre técnicas, raça, métodos, etc.

A transcrição da fala é fiel, ou seja, o autor do blog não se responsabiliza pelos erros de português e concordância.

Algumas colocações estarão em destaque, porque merecem destaque!

"O treinamento dos cães, inicia-se na tenra idade. Desde muito filhote nós já começamos a estudar e analisar esses cães, analisa o comportamento psicológico e as qualidades genéticas que eles trazem. Pra vocês terem uma idéia esses cães que vocês estão vendo agora são filhotes de pastores belgas malinois e eles estão nesse momento sendo direcionados pro trabalho de cão de guarda, nós estudamos esses cães até dezoito meses  aonde colocamos eles em situações, em testes, pra ver se eles têm qualidade pra efetuar o trabalho"

Notas: não existe análise psicológica canina, assim como não existe psicologia canina. O que existe é a observação do comportamento canino e a classificação desses comportamentos de acordo com situações colocadas ao animal. Usa-se muito o etograma para classificação dos comportamentos de um determinado animal. 
"Estudar" desde a mais tenra idade não é suficiente quando se trata de cães para realizar um determinado trabalho. Deve-se sim estudar toda a árvore genealógica (da raça em questão) que veio para o Brasil e conhecer criadores que mantenham em suas crias os comportamentos mais desejados para aquela função. Ou vocês realmente acreditam que qualquer linhagem de Labrador tem aptidão para o trabalho de guias de cego?
Analisar geneticamente o que? Sem dados genéticos do animal, como analisar? Vou levar o meu vira-lata para ele o analisar geneticamente. Entendo, que talvez aqui ele estivesse se referindo aos impulsos ou drives dos cães em treinamento, confundindo análise genética com estímulos de drives.
Após isso, deve ao responsável pelo direcionamento dos treinos, ter consciência que bons cães de trabalho não caem do ceú e não são de graça. Por isso é necessário seriedade, objetividade e consciência na escolha. 

Abraço a todos

Não esqueçam de comentar...

9 comentários:

Anônimo disse...

Estamos cada vez mais presos e obrigados a usar termos para nos tornarmos cool... rsss
infelizmente tem muita gente se intitulado, psicólogo, etologo, psico-terapeuta e outras sandices para se valorizar ao invés de aproveitar a oportunidade de ficarem calados...

Claudia Estanislau disse...

adorei os seus comentários, vou roubar e colocar no meu blog com a sua permissão e devidos links... parabéns pelo seu profissionalismo

Ivan Chitolina disse...

Bom dia Cláudia tudo bem? Por favor, fique a vontade para usá-los em seu blog.
Obrigado pelos comentários.

Abraço

Andrei disse...

Não ha como não rir disso. Psicologia canina?! Fala sério!
E como esses caras podem atuar legalmente se tudo que fazem é o oposto do que o treinamento deveria ser?

Anônimo disse...

Junte um monte de termos que vc ouviu de alguém que lhe pareceu confiável; articule esses termos em uma idéia que perece ter um sentido lógico aceitável e tenha um palestrante da cinofilia, ehehheheeeee. A idéia é: "se não pode convecê-los, confunda-os.." , hehheeee. Nesse caso, especificamente, cabe também a frase: "Atirou na Lua pra acertar São Jorge!" ... hehehehehee - Abç - Jota.

Ivan Chitolina disse...

kkkkkkkkkkk é bem isso aí mesmo Jota. Sinceramente o meu conflito muitas vezes se resume assim: por ser um profissional da área a minha vontade muitas vezes é de "chorar" quando me deparo com essa triste realidade da cinofilia brasileira. Mas..., sempre tem um mas rs...eu estou vendo o lado bom de tudo isso, porque sinceramente meu amigo, ultimamente eu tenho dado altas gargalhadas pelos absurdos que chegam a mim e que são colocados. Resumindo, a verdade é que no Brasil tem "escolas" muito fortes com "mestres e gurus" SABICHÕES dando orientações para um bando de outros sabichões que somente aquele curso e aquele "guru" vão lhe bastar de conhecimento cinotécnico, afinal o cara é um "GURU", KKKKKKKKKKKKKK Aí a papagaice se propaga. E eu estou aprendendo a me divertir muito com isso, o dificil é não rir quando o papagaio está a sua frente papagaiando.
Valeu pelo comentário.
Abraço

Ivan Chitolina disse...

Andrei? É bem isso aí mesmo e eu diria que é até mais um pouco. Coloque no Google psicologia canina e veja que "maravilha". Você verá quantos terapeutas caninos e psicologos caninos existem por aí. "Bobo" fui eu que estudei 5 anos e meio psicologia, se a "turma" por aí se auto intitula terapeuta canino, que aliás tecnicamente seria uma atribuição somente ao veterinário.
Obrigado por comentar
Abraço

Maria Beatriz Dittrich disse...

Oi, "passeando" pelo google achei o teu blog, o que quero comentar é que o termo "psicologia " quer dizer comportamento. A psicologia é o estudo do comportamento, e no caso psicologia canina seria o estudo do comportamento do cão em seu habitat.Trabalho com cães, adestramento e problemas comportamentais e uso o termo psicologia canina.O curso de graduação em Psicologia estuda o comportamento humano. Nos cursos de graduação da Veterinária não tem nenhuma cadeira (pelo menos que eu saiba) que fale sobre comportamento canino. Muitos veterinários não tem muita noção de como os cães agem e porque.Obrigada pela oportunidade de expressar.Beatriz Dittrich

Ivan Chitolina disse...

Boa noite Beatriz, muito obrigado pelo seu comentário a respeito desse assunto. Primeiro eu gostaria de enfatizar que jamais se deve confundir psicologia canina com comportamento canino ou psicologia humana com comportamento humano. Quando se fala em psicologia canina, entende-se um corpo de estudos e teorias que estudam a fundo a psiqué canina com base na rigorosidade da metodologia cientifica e não somente nas causas comportamentais e etológicas do comportamento canino. Quando eu enfatizei que somente veterinários podem se intitular terapeutas caninos, não diz respeito a "psicologia canina" mas sim a terapias que envolvam obesidade canina e desvios de comportamento tratados com medicação. Cabe somente a eles o título de terapeutas nesse caso.
O curso de graduação em psicologia não estuda somente o comportamento humano. Abrange muito mais do que o comportamento humano propriamente dito.
O estudo do comportamento canino em seu habitat deve ser chamado de etologia e nunca psicologia canina, por isso oriento a você ser mais técnica quanto a sua apresentação em relação aos problemas comportamentais que você encontra com os cães de seus clientes e não usar esse termo (psicologia canina ou psicóloga canina), você estará equivocada se assim o fizer.
Eu escrevi um artigo sobre psicologia canina onde eu exemplifico de forma mais ampla sobre o porque que não existe psicologia canina. Está no blog.
Abraço