quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Agosto, o mês do "Cachorro Louco"

Afinal, porque agosto e porque cachorro louco?


Para responder a essas duas perguntas se faz necessário falar um pouco sobre as histórias e lendas que rondam o mês de agosto e sobre a hidrofobia (raiva).
Em geral, agosto é um mês conhecido como o mês das superstições não sendo por acaso que também é intitulado como o mês das bruxas na aviação e também das noites de terror. Enfim, agosto é o mês com maior número de simpatias e superstições em todo o mundo.
Mas o que diz a história sobre esse mês e o que os cães têm a ver com ele?
Relatos e documentos históricos apontam que foram os romanos que deram ao oitavo mês do ano o nome de Agosto em homenagem ao imperador César Augusto. Na época César Augusto havia conseguindo grandes vitórias, como a conquista do Egito. A sua “promoção” a cônsul o fez não querer ficar atrás do imperador Júlio César - cujo mês de Julho é em sua homenagem - e acabou-se decidindo que o “seu” mês também teria 31 dias.
Mas foi entre os romanos que o mês de Agosto começou a ser considerado azarento, embora não se saiba exatamente o motivo. Eles acreditavam que existia um dragão imenso e terrível, que andava pelo céu cuspindo fogo durante o mês de Agosto. Mas depois descobriram que o tal “Dragão” era a constelação de Leão, visível nos céus do hemisfério norte naquele período do ano.
Em Portugal o medo do mês de Agosto surgiu no período das grandes navegações, que duravam muitos meses e até anos. As mulheres portuguesas não casavam nunca no oitavo mês, porque era nessa época que os navios das expedições saíam à procura de novas terras. Daí, casar em Agosto significava ficar sozinha e às vezes sem lua-de-mel. Algumas até ficavam viúvas.
Na Argentina muitos deixam de lavar a cabeça em Agosto porque acreditam que isso chama a morte. E na África o dia 24 de Agosto é conhecido como o “dia em que o Diabo anda solto” - dia de todos os exús.
Já aqui no Brasil, com a influência dos portugueses, essa crença chegou e se espalhou. Daí o dito popular “Casar em Agosto traz desgosto”.
Mas e os cães?
Geralmente as cadelas entram no cio duas vezes ao ano sendo janeiro e agosto os meses de maior incidência de cio. Umas das conseqüências disso era o aumento de brigas entre os machos na disputa pela fêmea, facilitando a transmissão da raiva nesse período do ano ocasionando mudanças significativas no comportamento dos cães infectados levando-os após um tempo ao óbito. Antigamente acreditava-se que a raiva era obra de maus espíritos e somente no século I o estudioso romano Celsius escreveu que a doença era transmitida por animais.
Em 1804, descobriu-se que os cães também transmitiam raiva e Noruega, Suécia e Dinamarca adotaram a seguinte política: matar todos os cães vadios e manter os domésticos em quarentena. Essa medida eliminou a raiva nesses países até 1826. É importante salientar que o contexto daquela época era totalmente diferente do contexto atual e somente seis décadas depois que Louis Pasteur (1822-1895) usou a saliva de um cão raivoso para transformar o “vírus da rua” em um “vírus fixo”. Com este, obteve a primeira vacina anti-rábica, com que salvou a vida do menino Joseph Meister, mordido por um cão doente. No Brasil, a raiva, tanto a canina como a felina, está controlada desde 1983.
Não é a toa que é em agosto que os serviços de saúde pública das prefeituras municipais promovem os mutirões de vacinação em vários pontos da cidade. Muito embora a doença esteja sobre forte controle, ela ainda não está erradicada segundo a Organização Mundial de Saúde. Em função da gravidade da doença, a prevenção é financiada pelo Estado. A transmissão da raiva ou hidrofobia é feita através do contato com as secreções dos cães e gatos infectados com o vírus (urina, fezes e principalmente saliva). É uma doença neurológica gravíssima que leva tanto o animal quanto a pessoa que o adquire, ao óbito.
Por esse motivo, não se esqueçam, continuem sendo responsáveis, vacine o seu animal de estimação e em caso de suspeita informe o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou Canil Municipal da sua cidade.
Para saber mais a respeito da doença, consulte o seu veterinário ou o Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade.

Abraço

Ivan Chitolina – Educador Canino

Fontes: Revista Almanaque Brasil; Web Site - Carioca no Cerrado;


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